segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Bom... fico com a consciência tranquila em não ter seguido meus instintos ontem e não ter votado, assim, nem na extrema-esquerda nem no PSOL (mesmo que tenha quase aderido a Luciana Genro). Não foi um super resultado para a esquerda e a centro-esquerda, mas revela a realidade. Agora é hora da discussão, do debate, do suor. Não vai ser fácil, como nunca foi fácil nenhuma vitória da esquerda e do PT no Brasil. É difícil vencer o rancor, o ódio, a ignorância, a inveja, a covardia, o atraso, o patrimonialismo, o conservadorismo, o integrismo, a insensibilidade, o monetarismo, a injustiça, tudo o que a direita é. Não é fácil e não vai ser fácil. Vai ser preciso politizar o debate, sem moralismos. Vai ser difícil, a direita não se destaca por sua inteligência e não é conhecida por ser honesta em qualquer tipo de debate e confronto. A direita mente. O PT é agredido constantemente não por seus erros e tropeços, mas justamente pelo que representa e pelos seus acertos. O PT é condenado por ter conseguido estabelecer bem ou mal um projeto de centro-esquerda para o país (lamentavelmente mais ao centro que à esquerda...). Uma alternativa político-econômica de social-democracia veio para o país com o PT. O trabalhismo de Lula e de Dilma mudaram o Brasil para melhor. Quem é cego não vê. Ou quem já está comprometido na luta de classes. Sim, trata-se de luta de classes e nessa luta tenho lado e partido. Estou à esquerda do trabalhismo de Dilma Rousseff e da social-democracia do PT. No entanto, não tenho nenhuma dúvida: no segundo turno sou Dilma Rousseff, sou social-democrata, sou trabalhista, sou Luís Inácio Lula da Silva, sou Partido dos Trabalhadores.

Mateus Domingues, pesquisador [IDEO, Cairo]

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